Pela primeira vez, o órgão terá votação popular e sacerdotisa concorre à vaga como conselheira
Quantas(os) de nós desconhecem a contribuição de uma infinidade de mulheres para a nossa história?! E há as que ainda pertencem a esta década e que perseveram em suas lutas e conquistas individuais e coletivas. O feminismo, movimento responsável por muitas conquistas, ajudou (e continua a ajudar) a tornar a existência e a resistência da mulher como pauta obrigatória em todas as esferas da sociedade. E mesmo diante inúmeras marchas, escritas, protestos e estatísticas, ainda há um longo caminho a se trilhar.
Muitas vieram, muitas virão, mas muitas já estão. Além das lutas diárias de cada dia, a mulher precisa ter sua voz presente nos espaços públicos e nas políticas públicas, afinal de contas, são necessárias políticas para e pelas mulheres, tendo em vista as experiências do passado recente, os desafios presentes e as propostas para o futuro.
Sendo assim, no município de Francisco Morato, desde 04 de setembro de 2017 foi aprovado a lei de criação do Conselho Municipal da Mulher (CoMMulher), o qual se trata de um órgão responsável em “acompanhar, avaliar e monitorar políticas e ações, bem como, formular as diretrizes da política municipal para a promoção da igualdade de gênero, raça/etnia, orientação sexual e combate a toda e qualquer forma de discriminação contra a mulher”.
Contudo, a escolha dos membros para a composição do Conselho se dará, de modo bem mais próximo, por meio de votação popular, no sábado 18 de maio de 2019, das 9h às 16h, em todos os CRAS de Francisco Morato.
A ser composto por quatorze conselheiras, entre representantes do Poder Público e da sociedade civil, a sacerdotisa Maria de Lourdes Santana Cunha Oliveira, 58 anos, desde 2016 dirigente espiritual do Núcleo de Estudos Espiritual e Religioso 7 Tronos Sagrados, é uma das mulheres que concorre a uma vaga. “Através das notícias sobre o aumento do feminícidio no Brasil, despertou o meu interesse em ir além e ter uma participação mais atuante. As violências contra as mulheres aparecem de vários tipos, temos de conscientizá-las que não estão sozinhas”, afirma a candidata.
Há mais de vinte anos atuante como secretária em escolas públicas em Francisco Morato e, atualmente, além de ministrar cursos no 7 Tronos Sagrados, estudante de Assistência Social pela Faculdade Freire, Maria de Lourdes Santana acredita que diante a tarefa de protagonizar mudanças necessárias para as mulheres do município, o maior desafio está na esfera do acolhimento e mobilização. “É preciso procurar atendê-las [as mulheres] de forma digna, acolhedora, ser solidária com suas lutas, motivando-as e promovendo mudanças na mentalidade, estimulando a reforma íntima. Além disto e, principalmente, buscar o reconhecimento de seus direitos em todas as esferas: econômicas sociais e culturais, de acordo com o que a lei garante e com o que podemos ir além do que está no papel”.
É a primeira vez que o Conselho Municipal da Mulher será composto por membros e a atuação das conselheiras será pioneira no município.
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